Nós seres humanos temos por hábito
visualizar situações sempre do mesmo ângulo. Quando um pai briga com os
filhos sempre pelo mesmo motivo e da mesma forma (com gritarias e
proibições) os filhos se sentem oprimidos, sufocados e infelizes. Esse
pai nos parece o pior pai do mundo, mas na verdade, olhando por outro
ângulo podemos entender que tamanho esforço, de repetidamente insistir
em não querer certo comportamento dos filhos, só poderia ser feito por
um pai que ama muito e quer ver a mudança daquele comportamento que o
incomoda na vida de seus filhos.
Certo dia estava no twitter e um
adolescente escrevia frases do tipo: “Eu odeio meu pai”, “ele não tem
palavra”, “queria que morresse”. Comecei a conversar com ele e ele me
contou que seu pai prometera levá-lo ao shopping à noite e depois de um
telefonema, mudou a programação para a tarde. O menino havia conseguido
colegas para uma partida de vídeo game naquele momento e seus planos
haviam sido desfeitos pois teria que desmarcar para sair com os pais.
Foi então que disse a ele: “Você está se sentindo muito incompreendido, não é mesmo?”
Ele
respondeu que sim, que não entendia os adultos e que o pai não ligava a
mínima para ele. E eu me achando no dever de dar uma palavra àquele
menino, que o fizesse pensar de outra maneira ou visualizar a situação
de outro prisma disse então: “Veja, é tão difícil um jovem entender os
pais, e muitas vezes é difícil também para os pais entenderem seus
filhos. Não há nada que uma boa conversa não esclareça. De repente seu
pai ficou impossibilitado de sair à noite com você para o shopping, mas
para não desapontá-lo, está tentando ir agora à tarde. Converse com
ele pois tenho certeza que haverá um acordo entre vocês e tudo ficará
bem.” Dias depois ele conversou comigo novamente e disse que o pai iria
trabalhar à noite e por isso mudara o shopping para a tarde. Não quis
entrar em detalhes, mas percebi que houve o diálogo e isso foi muito
bom.
Nos relacionamentos conjugais também. A esposa se prepara para receber
o marido quando ele chega do trabalho e ele muitas vezes se joga no
sofá exausto e cochila deixando-a falar sozinha. A esposa tola, criará
uma confusão, achando que o marido não a ama, ou que tem amante e não
se interessa mais por ela. A sábia coloca uma música relaxante,
tira-lhe os sapatos e deixa-o dar aquela cochilada que só marido sabe
como é importante para se refazer. Depois que ele dá aquela descansada,
eu aposto que está prontinho para um banho, jantar e por que não, uma
noite de amor.
A questão está na visão ampla da situação. Uma mente
elástica, sabe ver lá na frente o resultado da atitude da esposa tola e o
da esposa sábia.
Precisamos compreender mais o outro. Nos colocar
mais no lugar do outro e passar a perceber nossas atitudes como atos que
geram um resultado futuro, é muito importante.
Quando nosso Deus poderoso, que nos conhece desde quando éramos informes no ventre de nossas mães, nos diz:
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. I Jo 4:7
Ele
sabia que precisaríamos amar o outro e exercer a longanimidade. Não
podemos na primeira palavra ou ação mal entendida ou até “muito bem
entendida”, agirmos como um pavio muito curto que explode; mal se coloca
fogo nele.
E falando em longanimidade, o Apóstolo Paulo diz e sua carta aos gálatas:
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Gálata 5:22
É um exercício muito saudável para nossa vida, crescimento espiritual e também para o amadurecimento das relações interpessoais.
Experimente!
Quando se encontrar em situações diárias em que você precisa responder,
decidir ou tomar atitude, pense lá na frente se sua posição vai gerar
frutos positivos para sua vida e do seu próximo.
É sempre bom quando
mudamos nosso jeito de agir! Fazer uso da “mente elástica” vai
proporcionar sensações novas e nos fazer descobrimos que somos capazes
de muito mais do que uma reação impensada, explosiva que só corrói a nós
mesmos e aos que estão por perto!
Com muito carinho,
Soraya Barros
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