Antes da “Reforma”
O povo vivia com medo da Igreja Católica, com fome e explorados
economicamente pelos impostos papais. O povo não conhecia a Deus, pois não
tinha qualquer acesso a sua Palavra. A Bíblia era um livro fechado e os
sacerdotes se julgavam donos da revelação de Deus. Na idade média o objetivo da
Igreja era estabelecer um império de proporções mundiais, tendo a tradição oral
e a palavra do papa como únicas autoridades sobre as áreas da vida humana. Um
só idioma deveria ser falado, de forma que a liturgia do culto fosse idêntica
em todas as igrejas. O historiador David Schaff diz que, nesta época,
exaltava-se o sacerdócio e desprezavam-se os direitos dos homens comuns.
Enquanto o papa possuía poderes de Imperador, seus sacerdotes e outros clérigos
recebiam o status de reis e nobres. Qualquer reação que ameaçasse diminuir a
autoridade da Igreja era duramente combatida com excomunhão e censuras.
Vejam os
principais desvios da Palavra neste período:
O papa, era a
representação de Deus na terra ou o vigário de Cristo (aquele que assume o
lugar de Cristo).
Seus decretos ou bulas
tinham autoridade maior do que a Escritura. Salvação naquela época era o mesmo
que obediência ao papa. Sendo ele o soberano representante de Deus, não só a
Igreja estava sob seu comando, mas também toda a lei civil. O papa Gregório VII
defendeu a idéia de que o papa “e o único que deveria ter os pés beijados pelos
príncipes”,
Os sacerdotes recebiam
poderes incríveis como, por exemplo, perdoar os pecados do povo e também de conceder
ou retirar a vida eterna.
O papa Inocêncio III
organizou a força policial da Igreja. Qualquer divergência contra ela era um
crime; cuja punição era com prisões, tortura e morte, e também com a perda da
salvação no céu (o insubmisso queimaria
no inferno). Esta polícia chamava-se Inquisição.
Os Papas nomeavam sobrinhos e familiares
próximos, para assumirem bispados e arcebispados por todo o império. Ser líder
da Igreja era um grande negócio!
A Inglaterra e a Boemia foram às
primeiras regiões da Europa a se manifestarem contra o domínio papal. Surgem
então, movimentos internos clamando por reforma. Os personagens: John Wycliff,
na Inglaterra e Jonh Huss na Boemia. Esses acontecimentos sucessivos demonstram
a presença de Deus na história, abrindo espaço para Reforma de Martinho Lutero,
João Calvino e Ulrich Zwinglio.
Martinho Lutero seguia a lealdade às Escrituras
Sagradas. No dia 31 de outubro de 1517, afixa à porta da igreja do castelo de
Witenberg, as suas 95 teses, cujo
teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e
não a penitência.
Dessas 95 teses, surgem os cinco pilares da reforma
protestante, que são as chamadas “CINCO SOLAS”. Os cinco solas, são os
princípios fundamentais da Reforma resumindo nossa crença.
Sola é uma palavra latina que significa
"somente", esses pontos surgem com o propósito de se oporem ao
pensamento, conduta e ensino da igreja romana da época.
Os Cinco Solas são:
1-Soli Deo Gloria (Glória
somente a Deus)
Fundamentado nas Escrituras Ef 2. 1-10; Jo 4.24; Sl
90.2; Tg 1.17 e tantos outros textos, os Reformadores concluem que somente a
Deus devemos dar glória.
Não podemos dispensar glórias a homens, pois não
passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia
e da gloria de Deus. (nem papas, padres, “espíritos”, santos feitos pelas mãos
de homens; que tem boca e não falam...
2- Sola Fide (Somente a
Fé)
O homem só pode ser salvo mediante a fé (a
exclusividade da ação pela fé), sua alma só poderá ser liberta das chamas do
inferno e das garras de Satanás mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Não são penitências, sacrifícios ou compra de
indulgências, que livrarão o homem da condenação eterna, mas a salvação é
através da fé (Ef 2.8). Nem caridade, ser “boa pessoa...nada disso garante
nossa salvação eterna e sim; somente através de Jesus Cristo, sendo seu único e
suficiente Salvador.
Após meditar no texto que diz: "O justo viverá
da fé", Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa passagem, é a
justiça que o homem piedoso recebe de Deus, pela fé como dádiva.
3-Sola Gratia (Somente a
Graça)
A única causa eficiente da salvação é a graça de
Deus. Ninguém pode ser salvo por mérito próprio, por obras, sacrifícios
penitências ou compra de indulgências. A única causa eficaz da salvação é a
graça de Deus sobre o pecador, (Ef 2.8). Pela graça somos salvos mediante a fé,
e isso não vem do homem é dom de Deus.
Nenhuma obra por mais justa e santa que possa
parecer poderá dar ao homem livre acesso a salvação e ao reino dos céus,
ocorrerá isso somente pela graça de Deus.
"Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se gloria". Ef 2.8 e 9
4- Sola Christus (Somente
Cristo)
Esse "somente" mostra a suficiência e
exclusividade de Cristo no processo de salvação. Desde a eternidade Deus
promove a aliança da redenção, onde o beneficiário seria o homem e o executor
dessa aliança seria seu Filho unigênito "Jesus Cristo, o Messias
prometido", portanto somente Cristo é o instrumento de nossa salvação.
O homem nada poderá fazer para sua salvação, pois
Jesus Cristo realizou a obra da redenção ao ser sacrificado na cruz do
calvário, vertendo o seu sangue como sacrifício por nossos pecados.
"E não há salvação em nenhum outro:
porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dentre os homens, pelo qual
importa que sejamos salvos" At 4.12.
5- Sola Scriptura
(Somente as Escrituras)
Somente as Escrituras são regra de fé e prática
para o crente. As tradições as bulas e os escritos papais mão têm, não podem
ser ou mesmo servirem de instrumento de fé e prática para o rebanho de Cristo,
somente as Escrituras Sagradas. Elas foram escritas por homens inspirados por
Deus, são instrumentos de revelação da vontade de Deus para nossa vida. Ao
lê-la somos iluminados pelo Espírito Santo para entendê-la.
Martinho Lutero escreve: "Então, achei-me recém-nascido e no paraíso,
toda as Escrituras tinham para mim outro aspecto, perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a justiça de
Deus"
Lemos em 2Tm 3. 16-17:
"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra".
Podemos concluir, que os
CINCO SOLAS estruturaram a teologia fundamentada somente na Palavra de Deus e
não no entendimento deturpado do ser humano.
Nossas igrejas devem
voltar as bases das Escrituras e ensiná-las às ovelhas do Senhor; ao invés de
focar a busca de bênçãos para si mesmos!
Com muito carinho,
SorayaCBarros
(pesquisa feita em
diversos textos no google)
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