O mar da Ilha grande, batendo nas
areias que brilhavam, refletidas pelos raios de sol que já se punha, encantariam
a qualquer ser humano que lá estivesse.
Mas eu estava muito triste. Havia
uma desilusão em meu coração em relação ao meu relacionamento com o homem que
tanto amava.
Havia muito amor, mas o
amor mais intenso não é suficiente para alicerçar o relacionamento de um casal.
Estávamos acampados naquela ilha
com uma paisagem linda que eu contemplava da barraca onde estava instalada.
Estava sozinha enquanto o meu amor e as crianças brincavam nas areias daquele
cenário magnífico preparado por Deus.
A tristeza tomava conta de mim,
pois havíamos conversado antes de acamparmos, que seria nosso último momento
juntos. Iríamos nos separar quando
voltássemos daquele feriado de Carnaval.
As brigas eram muitas. Havia ciúmes dos dois. E numa relação
conturbada no meu entendimento, não
valia a pena investir.
Mas foi ali, onde acampávamos com
outras famílias e uma elas era de pessoas evangélicas: pai e mãe, duas filhas
casadas com seus respectivos maridos um filho solteiro e duas crianças.
Enquanto as crianças brincavam
com Jorge, eu observava aquela família tão harmoniosa, tão equilibrada e pude
contemplar o brilho, não do sol, mas do Espírito Santo sobre aquela
barraca. Suas vozes soavam como cânticos
do céu e seus louvores entoados por todos como num coral parecia trazer Deus
para bem pertinho, só para ouvi-los. E
eu ouvia e sentia a presença de Deus ali e foi quando declarei: “É isso que eu
quero para minha família.”
Foi então, que Adelaide, membro
da “Casa de Oração” (Pr. Adolfo e Gilda), falou de Jesus para mim, num momento
em que estávamos as duas caminhando pelas águas mais límpidas que já vi. Ali, tomei a decisão de ter um compromisso
firmado com Deus. Sim, pois já havia
conhecido Jesus aos 17 anos na então IPNV de Botafogo.
Voltamos para casa e como
havíamos definido, nos separamos. Eu
engrenei minha vida com Cristo de verdade e Jorge... queria voltar, mas eu
insistia que agora eu queria um homem de Deus para minha vida.
Resisti durante três meses a
saudade, a vontade de estar junto daquele homem que era o amor da minha vida
dizendo que eu agora queria um homem de Deus.
Que eu não queria sair para a igreja enquanto meu marido que sairia para
beber com amigos.
Foi então que um dia ele pediu
para conversar e disse: “se para ficarmos juntos eu preciso ser
evangélico como você, eu vou para a igreja”.
Recomeçamos nossa vida, fomos
congregar juntos na Igreja Nova Vida em Campo Grande na época, num salão de festas. Nos primeiros cultos, meu marido já começou a ajudar o pastor na obra de Deus pois a
igreja era um salão alugado e precisava montar de desmontar a aparelhagem e
transportá-la para casa do pastor da igreja, em cada culto..
Um dia, cantamos no louvor o hino “Ele é Exaltado” e quando vi,
Jorge chorava copiosamente diante de
Deus e da congregação. Ali eu soube que
Jorge tivera um encontro real com Deus e que houve arrependimento dos seus
pecados. Ele foi tocado pelo Espírito
Santo de e converteu seu caminho à Deus.
Depois, descobrimos que
precisávamos casar, pois vivíamos apenas juntos. Corremos logo com a documentação e casamos no
sitio da Igreja Cristã Nova Vida de Marechal Hermes. Isso nos possibilitou trabalhar na obra de
Deus efetivamente como obreiros. Desde
então, assumimos um compromisso com Deus, de servir ao Seu Reino com
excelência e responsabilidade, o que fazemos até hoje.
Muitas histórias eu teria para
contar da nossa trajetória até os dias de hoje, mas esse foi só o início de uma
vida cheia de aventuras e muito, muito abençoada por Deus.
Um grande abraço e bem carinhoso
de